Conecte-se conosco

Brasil

Almirante diz que não viu documento sobre golpe e reunião terminou rápido

Ao ser questionado por Moraes sobre reuniões que fazia com o ex-presidente, Garnier itiu um encontro no dia 7 e 14 de dezembro.

O almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, disse hoje (10/6) ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes não ter visto documento sobre a tentativa de golpe de Estado.

Em interrogatório, de acordo com o site UOL, Garnier disse também que a reunião se encerrou rapidamente. Garnier foi chefe da Marinha entre abril de 2021 e dezembro de 2022.Segundo a denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República), ele teria aderido à proposta golpista e dito a Bolsonaro que sua tropa estava à disposição do ex-presidente.

Ao ser questionado por Moraes sobre reuniões que fazia com o ex-presidente, Garnier itiu um encontro no dia 7 e 14 de dezembro — este último, segundo ele, se encerrou rapidamente. “Nesses períodos finais, nos reunimos mais vezes. Isso era quase rotineiro. Assuntos diversos eram tratados nessas reuniões.”

Cúpula militar presente. Na reunião de 14 de dezembro, estavam presentes, além de Garnier e Bolsonaro, o então ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e os comandantes do Exército, Freire Gomes, e da Aeronáutica, Baptista Jr.

Garnier disse que “não houve apresentação de documento durante a reunião”. “O senhor me perguntou se houve apresentação [durante a reunião com ex-presidente], eu não lembro de ter sido apresentado nenhum documento. Senhor ministro, essa reunião foi, para dizer o mínimo, estranha. Estranha porque ela meio que se encerrou antes.”

Ex-comandante da Marinha disse que houve algum “desentendimento” antes de sua chegada à reunião. Segundo Garnier, quando chegou ao encontro do dia 14 de dezembro, ele percebeu que tinha havido algum tipo de desentendimento ou “alguma discussão anterior tinha acontecido”. “O ministro não abriu nenhuma pauta adicional. Parecia estar chateado com o desenrolar da conversa e a reunião foi encerrada”, disse ele.

Documento golpista. Moraes leu, na sequência, um trecho com depoimento do brigadeiro Baptista Júnior sobre a reunião e a possível existência de um documento golpista. O ex-comandante da Marinha relatou a Moraes que o general Paulo Sérgio apresentou um documento no dia 14 para que fosse analisado pelos presentes. “E eu confesso ao senhor que não me lembro se ele falou que era um estado de defesa ou um estado de sítio”, disse Baptista Júnior no depoimento lido por Moraes.

Garnier disse não se lembrar do depoimento lido por Moraes. “Não me lembro desse trecho. Eu me lembro que as pessoas estavam com aquela cara de que comemos e não gostamos. Alguma coisa me lembro. É, já tinha acontecido, mas eu não vi documento, não foi apresentado documento, eu não vi o general, eu não vi o Brigadeiro Batista Júnior dizer isso.”


Clique para comentar

Faça um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

15 − treze =